Como de praxe nas férias, mamãe me arrastou para o interior para que passássemos uns dias com vovó, agora na sua casa nova estilo colonial. Eu aprendi a não reclamar desses dias, porque são quase os únicos em que eu consigo me dedicar a fazer absolutamente nada. Mesmo estando de férias, no fim eu sempre arranjo algo pra fazer, ainda que seja me pendurar no telefone ou então ir para a casa de Naná ficar deitada no chão falando de garotos e das pessoas que nos rodeiam. Aqui é diferente, porque mesmo me esforçando muito é extremamente difícil arrumar algo para se fazer, o máximo que dá é pra ir na sorveteria, enrolando duas horas para comer um sundae só para o dia passar mais rápido. Nem na sorveteria eu estou indo, já que vovó se mudou e a sorveteria não fica mais na esquina. Não que ela esteja longe, mas adicionemos a preguiça e minha total falta de orientação geográfica. Ficar perdida em Tupaciguara é o fim da picada, até pra mim.
Desde quinta-feira estou grudada no sofá, desgrudando-me somente para ir para o quarto, banheiro e cozinha. A maior parte do dia eu passo ouvindo música, assim, ininterruptamente. Estou deixando só no shuffle, para que eu me lembre de músicas do arco da velha e tenha um milhão de idéias para posts que nunca irão se concretizar afinal. Tenho assistido a todas as novelas, Senhora do Destino, Malhação, Paraíso, Caras e Bocas e Caminho das Índias, terminando com Som e Fúria. Falando nisso, é uma ótima série e eu fico abismada em saber que a Grobo tem cacife para produzir uma minissérie tão boa quanto essa, com Fernando Meirelles por trás de tudo, aquele roteiro bem elaborado falando dos esteriótipos caricatos dos bastidores do teatro e dialogando com Shakespeare e ainda juntando os melhores atores nacionais. Já vi todos os meus preferidos. Não dá pra entender como uma emissora assim, que reconhece e sabe fazer o que é bom, é capaz de colocar no ar uma novela com um macaco pintor que sai dirigindo atropelando bancas de frutas, isso simplesmente não me entra na cabeça.
Comecei a ler Laços de Família, da Clarice Lispector. De novo. E a não gostar. Na verdade, minha bipolaridade em relação à Clarice é um caso longo demais que precisa de um post inteiro. Resolvi reler Orgulho e Preconceito, mas é amor demais e eu já ando num mel adoidado. Então eu comecei a reler todos os meus livros do Calvin, e agora tudo que alguém me pergunta eu sou capaz de responder com uma tiradinha dele. Minhas noites tem sido ocupadas quase inteiramente com filmes. Com a Audrey Hepburn para ser sincera. Cada vez que vejo um filme dela, concluo que ela não vai sair tão cedo desse layout. Só se for pra trocar por outro com ela. E a primeira cena de Bonequinha de Luxo, aquela com ela tomando café em frente a Tiffany's quando tocam os primeiros acordes de Moon River, é impossível pra mim assistir sem ficar arrepiada e ter vontade de chorar. É quase um efeito Casablanca, depois de assistir não dá pra ouvir As Time Goes By sem sentir aquele engasgo (?) na garganta.
Voltei para casa domingo a tarde, minha rotina não mudou tanto assim e eu preciso desesperadamente ver todos os meus amigos. Se eu já falo bobagem 24h por dia no Twitter em dias normais, imagine como andam meus stats nesses dias...
Nenhum comentário:
Postar um comentário