quarta-feira, 22 de julho de 2009

TPM for dummies.

Os primeiros sinais vieram com o desejo insano por chocolate. Abri os armários e os bauzinhos da casa - onde mamãe costuma escondê-los dela mesma - e nada. Queria algo doce, muito doce e errado, algo como leite condensado com Toddy. Não tinha leite condensado em casa, nem um mísero chocolate ou balinha toffe. Mamãe disse que talvez teria um Diamante Negro dentro da bolsa, e eu fiquei tão feliz com essa possibilidade que derramei duas lágrimas quando ela disse que havia se enganado. Fui dormir emburrada e sentindo um vazio sem fim na vida. Queria, precisava de chocolate.

Amanheci no outro dia com uma dor de cabeça terrível e início de sintomas de gripe. E irritada, já que havia sido despertada pelo meu celular aos berros, com papai do outro lado da linha avisando que eu havia dormido demais. Almoçamos e fomos até a casa da minha avó. Comi milhões de morangos empapados no leite condensado e, mais tarde, não resisti e comi o leite condensado com Toddy que eu tanto estava desejando. De repente, me bateu uma raiva de todo mundo, estava cansada de ficar em casa o dia todo sendo alface. Liguei para Naná e, coitadinha, despejei meus cachorros na pobre. Ainda bem que ela conhece meu jeito e além de ignorar meu chilique, fez graça para que eu me sentisse melhor. Desliguei o telefone chorando porque estava me sentindo culpada por ser tão esquentadinha.

Fui com mamãe ao centro da cidade e me queixei o tempo inteiro, perguntava por que diabos ela nunca deixou eu entrar num sebo sequer, por que estava fazendo aquele calor terrível, por que eu nunca tinha nada para fazer, por que os dias estavam passando tão rápido que minhas aulas já estavam prestes a começar de novo. Mamãe também já conhece meus ataques de pelanca e só aumenta o som deixando Chico Buarque fazer o trabalho duro. Preciso dizer o que aconteceu quando tocou Carolina? Cheguei em casa cansada de me aborrecer e fui ouvir música. Escolhi Weezer, que sempre me deixa feliz, e depois de pouco tempo eu estava aos pulos pela casa cantarolando "UH IH OH I LOOK JUST LIKE BUDDY HOLLY/OH-OH AND YOU'RE MARY TYLER-MOORE" Maldita hora que pensei que estava tudo bem e fui ouvir Frank Sinatra. Strangers In The Night não precisou nem começar direito para que as lágrimas rolassem e viesse aquela melancolia de sei lá o quê. Pelo menos dessa vez tinha chocolate.

Só sei que para nós mulheres, haja pompa, circunstância e salto alto para aguentar esses hormônios sempre de brimks com a nossa cara. E haja mãe e amigos compreensivos também, haha!

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