Sabe quando você sente que está sendo observada?
Então, eu estava na Saraiva casualmente olhando uns livros quando senti que estava sendo observada. O Matheus estava sentado num banco ali perto e, do lado dele, tinha um cara. Esse cara estava me observando. Me distraí com os livros e de repente o Matheus não estava mais lá, só o cara e uma menina, amiga ou namorada dele. Os dois estavam me observando.
Eu olhei pra eles, eles continuaram encarando. Sem disfarçar. Desviei o olhar, pensei que estivesse ficando maluca. Eles continuaram olhando. Olhei de volta, eles encararam, cochicharam. Ok, acho melhor sair daqui, pensei.
Pensei que estivesse com a cara suja, batom no dente, ou delineador escorrendo depois de chorar vendo Pitch Perfect 2. Pensei que tivesse encostado em algum lugar sujo e manchado minha roupa branca, pensei que tivesse feito cocô nas calças, pensei que fosse famosa, mas não me lembrasse disso porque tive uma amnésia repentina, e na verdade eu era a Beyoncé ali casualmente olhando uns livros sem me dar conta das pessoas me reconhecendo. Pensei, de novo, que tivesse feito cocô diretamente na minha saia branca ou então que aquilo fosse um daqueles sonhos em que você de repente se descobre pelada na escola, mas no eu caso era a livraria e não um pesadelo, mas a realidade. Ok, definitivamente vou sair daqui, pensei, e saí de lá.
Encontrei o Matheus em outro ponto da loja e fui logo perguntando se tinha algo errado com a minha cara. Vai que de repente fiquei meio cubista, nunca se sabe. Ele disse que não, estava tudo bem. "Tinham umas pessoas me olhando estranho, pensei que tivesse algo errado". Continuamos a olhar os livros. Depois de uns minutos, ele solta:
- Eu nem ia te falar, mas já que você percebeu eu saí dali porque o cara virou pra mim e perguntou se eu não achava que sua saia era curta demais.
No primeiro momento eu também não entendi, por isso vou repetir: O cara. Aquele cara. O cara que estava me encarando de um jeito totalmente invasivo e fora dos limites, esse cara achou apropriado, ele achou razoável cutucar meu amigo, uma pessoa que ele não conhece, para dizer em voz alta o que ele pensa da minha saia, sendo que ele também não me conhece.
Continua não fazendo sentido? Vamos tentar de novo: Um ser humano aparentemente se ofendeu com o tamanho da minha saia, e achou que fosse de bom tom interromper o meu amigo e dizer isso em voz alta, perguntando se ele não concordava que minha roupa estava meio fora dos limites.
Um cara aleatório abordou outra pessoa aleatória pra falar da roupa de uma terceira pessoa aleatória, que não tem nada a ver com isso.
Não sei nem o que se passa na cabeça de uma criatura dessas. Pensamos que ele poderia ser um cara religioso que achou que minha roupa não estava adequada ao que ele considera ser apropriado para sua moral e seus bons costumes; pensamos que ele poderia achar que minha saia estava, sei lá, mandando uma mensagem ofensiva pra ele ou pro universo; pensamos que ele fosse uma pessoa que se acha tão no direito de invadir a vida das outras que ele foi lá e falou da minha roupa como se fosse... ninguém.
Isso mesmo, ninguém, porque NINGUÉM tem o direito de invadir a minha vida, o meu espaço, ou o de quem quer que seja para falar sobre a minha roupa, seja ela como for. Não vou entrar no mérito de discutir se a saia era ou não tão curta assim, porque isso não importa. Eu poderia ter esquecido minha saia em casa que ainda assim não caberia a ele, ou a qualquer outra pessoa, apitar sobre o que eu estou vestindo - e isso vale pra todas as mulheres aí. Até quando esse tipo de coisa? Até quando?
O episódio me fez pensar em uma coisa que escuto frequentemente quando se debate o assédio: a justificativa torta de que algumas mulheres querem mesmo aparecer, se mostrar, chamar atenção. Minha resposta nessas horas é sempre a mesma: E DAÍ? Tipo, sério mesmo, qual o problema de querer aparecer, o que tem de errado numa saia curta e um decote, ou uma saia curta com decote? Dizem que mulheres que saem na rua se mostrando não podem reclamar do assédio, afinal estamos pedindo por isso, certo? Quem fala o que quer ouve o que não quer, e quem usa o que quer tem que ouvir o que os outros pensam sobre sua bunda, certo? Errado.
Vivemos numa cultura em que as mulheres são ensinadas desde meninas a se encolher, se esconder, ser sempre menas. Qualquer uma que desafie isso, seja falando alto, seja se metendo onde não foi chamada, seja passando um batom vermelho ou usando uma saia curta, sofre uma retaliação. Quem ela pensa que é? Vadia, puta, biscate. A objetificação transforma a sexualidade e sensualidade das mulheres como algo diretamente voltado aos homens, como se ali não estivesse uma pessoa e sim uma boneca inflável, feita pra satisfazer e ser olhada - e depois chutada.
Sempre que uma mulher resolve por si própria tomar as rédeas do próprio corpo, mostrá-lo, escondê-lo, ou fazer dele qualquer coisa que não tenha a atenção masculina como alvo, dá um tilt no pessoal. Imagina só que louco você não ser protagonista de uma coisa. Como assim ela se veste dessa forma e não quer que eu fale nada? Como assim o sutiã está aparecendo e eu tenho que ficar calado? Como assim ninguém pediu minha opinião? Olha aí, ela só quer aparecer.
Quero mesmo, migo, mas fica de boa aí que não é pra você.
No caso específico de ontem, não saí de cara no intuito de sambar na cara do patriarcado de minissaia branca e batom vermelho. Não pensei, enquanto me aprontava, que era um belo dia pra rachar o macho que tentasse me oprimir. Era só um dia como outro qualquer, uma saia branca como outra qualquer, e um batom vermelho - esse sim, nunca é uma coisa qualquer, mas é só porque o batom era lindo demais. Eu estava cagando pro mocinho enquanto lia mais uma vez a contracapa de Vivian Contra o Apocalipse e pensava se valeria a pena o gasto, tão situada que achei mais fácil ter feito cocô nas calças do que ofender a moral alheia com minhas pernas. Eu estava de tênis, sabe? Tênis e uma camisa GG.
Mas como gente escrota não tira férias, fui obrigada a passar por isso e vim aqui contar essa história não pra gente se revoltar e se indignar com o machismo nosso de cada dia, mas pra lembrar que ninguém tem o direito de intimidar vocês pela roupa que vocês usam, e não há nada que justifique alguém transtornado invadir dessa forma a vida de vocês. Eles que são os loucos. Não tira o batom vermelho, não desiste da minissaia, obrigue o mundo a lidar com isso e bola pra frente.
2015, caras, superem
Alguns links para saber mais:
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U G H. tenho um ódio tão profundo por gente que se sente no direito de se meter na vida alheia desse jeito (e um ódio tão profundo por homem machista nojento que acha que pode controlar o corpo das mulheres) que ugh ugh ugh tô até querendo ir aí bater boca com esse cara da livraria.
ResponderExcluirMAS GENTE? Nessas horas que detesto a boa educação que nossos pais nos deram porque isso pedia barraco? Pedia muito! Inclusive pedia dedo na cara e chamar de escroto e sem noção porque né? Vi você comentando no twitter e fiquei indignada! Cara imbecil!
ResponderExcluirEu também ontem saí de vestidinho curto de malha pra ir no cabelereiro e percebi uns olhares tortos/nojentos de uns caras no bar, minha vontade era chutar a cara de cada um, mas né? Ai gente, esse mundo cansa minha beleza!
Mas você é maravilhosa por tudo e queria ter fotos desse look porque pelo jeito você tava super fashionista gata! <3
beijo!
Fiquei deveras chocada com o seu relato, mas nem tanto, porque sei que existe gente escrota assim mesmo. E desnecessária. Mas o que esse cara queria, afinal? Queria que o Matheus tivesse dito: nossa, que quenga, vamos lá dar uns tapas nela? Nunca saberemos. Geralmente, essas pessoas não conseguem jamais concluir seus raciocínios (até pq né).
ResponderExcluirBom, continuemos de mini saia, decote, mostrando o sutiã, de batom vermelho, e fazendo o que bem entendemos.
(isso me lembrou que esses dias eu saí com um vestido que eu amo, que ele é todo aberto na frente. Eu uso com o sutiã bonitinho porque achava que ele ficava uma coisa esconde mostra, enfim, charmoso, do jeito que eu gosto. Mas aí saí de casaco, e ele ficava puxando o vestido, e quando eu olhava eu estava praticamente com um peito de fora, um horror. Respirei fundo e fui dar uma choradinha para o MB, dizendo que o vestido não tava se comportando, que estavam todos olhando pra mim (tive que pegar metrô às 18h), e ele disse: ué, mas sempre fica assim. E eu falei: MAS COMO VC NUNCA ME DISSE EU ACHANDO QUE ESTAVA POR AI NORMAL, e ele disse: não vou nunca opinar na sua roupa, eu respeito as suas escolhas, e pronto. E então pronto. Né?)
Beijo beijo
Adoro como vc escreve e transmite seu pensamento. Meu colo é o que mais gosto em mim, portanto uso decotes, adoro decote, nem meu marido pode reclamar dos meu decotes. Uso mesmo.
ResponderExcluirAnnoca, o mundo cansa tanto a gente às vezes, né? É tão estranho saber que tem uma sociedade julgando a gente por usar O QUE A GENTE GOSTA, puta merda. Não concebo.
ResponderExcluirImagino o tamanho do seu constrangimento dentro da livraria. Aliás, SÓ UMA PESSOA MUITO SUPERFICIAL PRA FICAR JULGANDO ROUPA ALHEIA DENTRO DE UMA LIVRARIA, NÉ. SEJEM MENAS, VÃO LER!!!!!!111
Sei que nessas horas falta a coragem, mas...dá vontade de se rebelar, né? "Mas vem cá, cara, who the fuck are you in my life?" Morro de vontade de fazer isso, mas me cago de medo. Acho que a gente tem que começar a mostrar que a gente não tá aceitando que ninguém julgue o que estamos usando através de textos como esse. É tão chato e tão deselegante. Ninguém fala de homem usando chinela rider no shopping com short tactel. NINGUÉM.
Nesse momento desejo meu mais sincero foda-se pra esse cara e pra namorada tapada dele (no mercy).
Beijos, miga <3 E continua usando sua saia!
Normalmente sou bem quieta, na minha, mas essas coisas me tiram do sério. Se eu não ficasse jogando meu olhar maléfico pra esse ser, falasse com ele ou saísse bufando da livraria espalhando pra todos ao meu redor meu desgosto para com seres que pensam igual a ele - convenhamos, ele é só um entre milhares -, acho que eu explodiria de raiva. E o pior é que ao ler esse tipo de relato, lembro que existe gente que diz que não existe machismo (olhe!), ou que é exagero, que é normal e no big deal. Inclusive, dia desses, tava discutindo a respeito com um amigo e o argumento dele era justamente esse: tem mulher que se veste pra provocar mesmo os caras, por isso eles fazem isso (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!). Claro que não enxerguei na hora que ele disse isso, depois respirei fundo e tentei explicar exatamente o que você falou, gracias que ele entendeu e tudo ficou bem.
ResponderExcluirQuando criança, minha família sempre nos impôs limites nas roupas, sabe? até um tempo atrás, eu achava que nada mais normal, mas depois você percebe a loucura que é aquilo que estão fazendo com você. Nós mulheres sempre fomos ensinadas a nos controlar, não mostrar, não ser o que quisermos ou nos vestir como quisermos em detrimento do que os homens achariam do nosso comportamento, mas 2015 né? hello. Não to aqui nesse mundo pra agradar omi nenhum, se eu quiser sair com batom eu saio e ponto final.
Claro que em certos ambientes a gente fica com medo de sair com certas roupas ou com qualquer roupa, pra falar a verdade, e nos "controlamos", o que é triste, é como uma palestra que assisti que a palestrante dizia que a rua nunca foi da mulher, nem seu corpo. Só que eu acho que ta na hora da gente mudar isso, é difícil, dá medo, querendo ou não, mas não desistamos e continuemos a usar o que quisermos.
Beijoss
Amiga, essa história foi tão surreal e ridícula que eu não consigo acreditar nela até agora. Quando você contou no wpp eu fiquei com a maior cara de WTF e agora novamente porque GENTE! Queria dar de dedo nesse cara e falar um monte, quem ele pensa que é? Quem qualquer pessoa pensa que é para ABORDAR alguém do seu grupo e falar da sua roupa? Pena que Matheus não deu o maior sermão nele, teria sido um ótimo desenrolar.
ResponderExcluirTe amo!
Sei nem o que comentar, mas "Pena que Matheus não deu o maior sermão nele, teria sido um ótimo desenrolar" [2].
ResponderExcluirDe qualquer forma, eu preciso ser a voz a dizer: 1 voto pra vc comprar Vivian contra o Apocalipse.
Eu tô pra ler esse texto desde ontem mas é óbvio que não deu, hehe. Quando li teu relato no twitter eu fiquei: jesus, sério? POR QUÊ? Por que as pessoas não conseguem calar a boquinha e ir cuidar da própria vida? Corpo ofende tanto assim? Mas pro caralho com isso, não tenho paciência.
ResponderExcluirEu nem sei o que faria numa situação dessas. Acho que eu ficaria ou muito abismada e sem reação, ou eu ir comprar briga e mandar a pessoa tomar no meio do rabo porque eu ando extremamente sem paciência pra esse tipo de coisa.
Tô com a Analu, e "pena que Matheus não deu o maior sermão nele, teria sido um ótimo desenrolar" [3].
Continue com a saia, o decote, o batom, porque o corpo é seu. Não dele. Jamais deles.
Beijo!
Eu amo que você seja tão maravilhosa ao falar desse tipo de coisa, porque eu sou péssima pra conseguir articular palavras e argumentos quando tô puta (e eu imagino que você estivesse, porque que palhaçada sem tamanho, falta de respeito e de bom senso, né), então sempre que quero falar que alguma coisa tá muito errada, corro pra cá e pego o link do que você andou escrevendo.
ResponderExcluirOdeio que as pessoas (homem, mulher, foda-se) se achem no direito de comentar cumprimento, caimento, cor, estampa e o cacete a quatro da roupa ou da vida alheia. Gente, parem. Apenas parem. Eu não consigo nem entender como é que alguém pode ser tão egocêntrico, a ponto de achar que os outros só podem sair de casa do jeito que você acha aceitável. Quer me fazer perder a paciência é ter que lidar com esse tipo de coisa, de verdade.
Vai ter saia.
Vai ter decote.
Vai ter batom vermelho.
E se reclamar vai ter os três ao mesmo tempo.
Beijo! <3
Amiga, fiquei puta da vida quando você contou essa história lá na máfia. Seu texto (como sempre) disse tudo e disse bonito. Me tira tanto do sério essa mania de os homens acharem que tudo tem a ver com eles que não consigo nem falar.
ResponderExcluirAntes de eu viajar, fui numa festa sensacional só de funks "antigos" com amigas. Como costuma acontecer, eu não estava com saco nenhum de aturar macho no meu pé, e saí distribuindo minhas grosserias por aí. Aí estávamos dançando e um dos machos (girininho) que estava sentado perto chega e começa a encher o saco de Letícia, ela tenta dispensar ele com delicadeza e nada, a gente muda de lugar e ele vem atrás. Então eu perdi a paciência e perguntei pra ela "você quer pegar ele?", ela negou, virei pra ele e mandei um "brother, vaza; deixa ela em paz". O sujeito olha pra minha cara e pergunta, como se fosse algo inacreditável (juro, ele pareceu surpreso mesmo) "então vocês estão aí, dançando, só pra vocês mesmo?" (como quem diz "aff, me engana que eu gosto"). Olhei pra cara dele e respondi, com toda a seriedade do mundo "sim". Aí ele foi embora, provando que ainda existe alguma célula de bom senso em algum lugar do corpo dele. CARA, POR QUE?
Não aguento isso, sério.
Amo você <3
Dia desses eu saí de short e, sem mentiras nenhuma, mais de 10 caras ficaram me jogando piadinhas na rua. EU ODEIO ISSO. Não pago ninguém pra me patrulhar o guarda-roupa e odeio cantadas. Odeio que reparem em mim. O D E I O
ResponderExcluirAinda ouvi, ao contar prazamigas disso, um "mas também, se vestindo assim tava pedindo" HAHAHAHA NO WAY Não pedi nada. Mas exijo respeito.
Eu vou ler todos esses textos assim que tiver tempo. Mas a gente tem que mandar todo mundo pra o inferno e fazer o que quiser. O corpo é nosso e nossa função é fazer com que fiquemos felizes. APENAS.
;*
Eu sempre fico chocada quando essas coisas acontecem, não porque isso não aconteça com demasiada frequência (é claro que acontece), mas porque eu realmente não entendo o ponto da coisa toda, sabe assim? Não consigo. Porque não dá mesmo pra entender que alguém pare o dia pra se meter na vida de uma pessoa que ele nem sequer conhece, pra falar de uma saia. UMA. SAIA. Da mesma forma, não dá pra entender quem diz que a culpa do assédio é da mulher porque né, olha ela lá com a saia curta, o batom vermelho, o decote fundo demais. Da última vez que uma estudante foi estuprada na UnB, eu fui obrigada a ouvir que sim, a culpa era dela que tinha ido pra aula de short. A culpa não foi do doente que foi lá e violou a integridade física e psicológica da moça. Não. A culpa é da roupa. A culpa é da mulher. A culpa é dela.
ResponderExcluirDe um jeito meio trágico, achei engraçado que isso tenha acontecido com você na mesma semana que um maluco veio pro meu lado dizer que eu ia pro inferno porque estava de short. Dei um desconto porque o cara parecia mesmo não ser bem certo das ideias? Dei. Deveria? Sinceramente não sei. Sei lá, não bato boca nem com gente sã, sinceramente não vou perder meu tempo dando mais palco pra um maluco desses. E foram situações diferentes, de alguma forma, mas acho que a essência é mais ou menos a mesma: essa mania das pessoas julgarem as mulheres pela roupa e se meter na vida alheia. E eu fiquei com isso na cabeça, sabe? Porque não independente de qualquer coisa, esse é um pensamento que está lá, na cabeça de gente sã e de gente não tão boa da cabeça assim, e isso me preocupa demais. Pensei em escrever sobre isso, mas então você escreveu esse texto e sinceramente, acho que já escreveu tudo o que eu queria dizer. Talvez eu escreva algo só pra reforçar, pra não deixar passar. De qualquer forma, essa não é a primeira e nem vai ser a última vez que alguém vai falar da roupa que a gente usa, ou da maquiagem, ou disso e aquilo, então no fim das contas acho que o que nos resta é continuar com nossas minissaias, nossos batons vermelhos, nossos top croppeds e shortinhos mostrando a polpa da bunda (?). O resto que se foda e aprenda a viver com isso.
te amo <3
Ai Anna, dá vontade de pegar esse seu texto e todos aqueles de referência e espalhar por aí.
ResponderExcluirSábado mesmo estava comentando com um amigo sobre esse negócio de que mulher pede para ser assediada quando usa roupa curta/decotada/colada. Que pensamento mais horroroso sabe?
Mulher não tem que ser tratada como objeto e PONTO.
Mulher tem que poder sair do jeito que quiser e ser ok.
Homem tem que aprender a guardar mais o pinto na cueca e seguir a vida.
Porque é muito fácil julgar a mulher de puta e biscate quando ela tá vestida de forma que acham vulgar - acham - mas cadê todo mundo quando a gente passa perto dum cara com roupas largadas, tipo hominho, e temos que ouvir coisas nojentas de caras que por azar, cruzaram nosso caminho?!
Que saco esse mundo, viu.
Cê arrasou com esse relato e continue de mini saia branca e batom vermelho que ninguém tem nada com isso.
Beijo <3
por um mundinho onde o montra geral seja o deboismo e ninguém se meta na vida de ninguém ♥
ResponderExcluirTive que voltar aqui para comentar que há setenta e um anos Anne Frank escrevia sobre a mesma coisa. Foco no SETENTA E UM. (!!!!!!!). Parece que o mundo parou no tempo.
ResponderExcluirO livro é "Contos do esconderijo" e o conto é "O poço de iniquidade" do dia 22 de fevereiro de 1944. Lá ela cita essas tais pessoas que "tendem a encontrar defeitos em quem não está suficientemente vestido". Aí eu pergunto: o que raios é estar "suficientemente vestido"? Por causa de babacas assim que odeio sair de short e tenho -medo- de usar saias quando estou sozinha, e isso é ridículo! Ninguém devia ter medo de fazer nada, de usar nada. E vivo repetindo isso para os meus colegas, o medo de chegar tarde em casa porque pode ter alguém na minha rua, e quem me dera fosse medo de ser assaltada.
Não sei se já conhece esse livro em específico, mas fica aí a dica também!
Acho que ele não se incomodou. Ele queria mais. E por isso da pergunta que merece o trfeu mais sem noção do mundo. Socorro Brasil!
ResponderExcluirEscuto isso de todo mundo por ser gorda e sair com vestidos á cima do joelho.
NEM LIGOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
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