quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O que eu aprendi escrevendo por 25 dias, todos os dias

A primeira coisa, e a mais importante, é que as ideias não acabam, mas se multiplicam.

Se executá-las fosse tão fácil como tê-las, do BEDA poderíamos pular, sem sustos ou sufocos, para um BEDS, ou até quem sabe um BEDO. Pena que escrever não tá tão fácil quanto pensar em escrever.

Não estou nem entrando no mérito de discutir se as minhas ideias são boas ou ruins (uma delas envolve cortes de cabelo e sonhos platinados), isso é outra coisa. Para pensar se uma ideia é boa ou ruim, ela precisa existir antes de tudo, e há muito mais coisas envolvidas num processo criativo (sim, escrever uma lista de bobagens exige um processo criativo, me deixem, sou complexa) do que supõe a vã filosofia de quem acredita que é *só* sentar e escrever.

Eu já sabia disso, mas é sempre bom lembrar: NUNCA é só sentar e escrever, pelo menos pra mim. Se for assim pra você, parabéns, te invejo pra sempre. Você provavelmente dorme, trabalha e estuda mais que eu, e com certeza já terminou de ver Sense 8 e Orange is The New Black.

Uma constatação preocupante: minhas prioridades são absolutamente distorcidas. O certo seria pensar em monografia, trabalho e BEDA, necessariamente nessa ordem, com as necessidades básicas costuradas aí no meio. Certo? Certo. Pena que eu sou tão errada que não consigo pensar em nada enquanto o BEDA  não está resolvido. Em minha defesa, eu sempre tento, mas não dá. Só consigo me concentrar nas minhas obrigações depois que minha diversão (risos) está concluída. Desculpa, mãe. Eu levo essa merda muito a sério, ainda bem que tá acabando.

Aí tem o negócio das flutuações de humor. A primeira semana foi linda, cheia de uma ansiedade gostosa, e cada dia era uma conquista a ser comemorada. A segunda viu a euforia passar e o desafio ganhou ares de comodismo. Na terceira senti saudades de algo que nem tinha acabado, e cheguei a acreditar que poderia fazer isso pra sempre. 

Risos. Risos eternos.

Hoje eu estou tão esgotada que só não jogo tudo pro alto porque a única coisa mais piada pronta do que abandonar o desafio nos primeiros dias seria largá-lo a menos de uma semana do fim. Teria me sacrificado durante todo o processo pra nunca poder contar os louros da vitória. As if!

Ao escrever por 25 dias, todos os dias, aprendi que qualquer detalhe insignificante na minha rotina (e até a própria rotina) pode ser tema de um texto, passando então a significar alguma coisa, nem que seja a força. Descobri que as pessoas se interessam de verdade pelo que eu escrevo, mas que até as listas cansam em determinado momento. Aprendi que nem o esforço repetitivo e cansativo faz ir embora a euforia quase ridícula (na verdade absolutamente ridícula) que é terminar um texto satisfeita com o lugar em que todas as palavras estão.

Nesses 25 dias provei mais uma vez que ter com quem dividir as grandes e pequenas coisas torna tudo automaticamente maior e melhor. Eu com certeza não teria durado um dia nessa se estivesse sozinha, e mesmo se tivesse conseguido não teria tanta graça de lembrar depois. Vi nesses dias que eu podia bem mais do que eu sabia, mas que é impossível escapar da crônica sobre a falta de assunto. Ou tempo. Ou vontade. Ou tudo isso junto. Desculpa?

Descobri que minha cabeça nunca para de narrar as coisas, e que a escrita é como coração de mãe e de cachorro: quando a gente pensa que chegou no limite, aparece uma pedra no meio do caminho cheia de detalhes que imploram pra ser descritos minuciosamente. Ou você acaba tropeçando nela, quebra o dedão e até comemora - agora tens aí algo sobre o que escrever, e mais uma vez o dia foi salvo.

Às vezes você passa o dia angustiada por não conseguir desenvolver nenhum dos seus textos, mas antes de escrever que aprendeu nesses 25 dias que tem alguns dias em que não dá mesmo (e tudo bem!), quando você vê lá se foram mais de 10 parágrafos escritos no caderno, à mão mesmo, sobre não conseguir escrever. 

O que eu aprendi escrevendo todos os dias, por 25 dias, é que tem dias em que não dá mesmo. E tudo bem. Hoje foi um deles, mas já tá acabando.

Até amanhã.


8 comentários:

  1. "Já tava bom, diz que ia mudar para melhor, não tava muito bom, tava meio ruim também, tava ruim, agora parece que piorou" <3 <3 <3

    Amiga, ta ficando tudo uma grande bosta por causa do tão aclamado tempo e das tão chatas obrigações. Eu tenho feito todas elas rápido e meio de má vontade para poder BEDAr tranquila e olha..nem acredito que cheguei até aqui. De 0 a 10, ta 8, né?

    Te amo! <3

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  2. Eu nem topei fazer o BEDA, porque eu já sabia que tem dias que REALMENTE NÃO DÁ. Eu tento planejar meus textos com 1 semana de antecedência e, mesmo assim, tem vezes que eu sento pra escrever e não sai. Nem me martirizo. Adoro ver as pessoas comentando, compartilhando as histórias delas, compartilhando meu texto (<3), mas, bom, quando não dá, realmente não dá. Ninguém vai morrer, consigo ficar em paz sabendo que alguma hora aquilo vai sair.

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  3. Amiga, bem cá, me dá um abraço, vamos rolar juntas numa grama (?) e dar uma choradinha, só pra depois rir dessa palha assada toda. Cê sabe que eu ando exatamente na mesma vibe, infinitas ideias, muitos títulos que não são bons mas não são ruins também, mas nada que eu consiga realmente colocar no papel (ou nessa tela em branco que tem de promissora [wtf?] o que tem de assustadora). Não consigo ficar em paz enquanto meu post ~do dia~ ainda não foi escrito e postado, e está lá, esperando pra ser mimado, não consigo pensar em nada, não consigo ser a pessoa normal que tento ser o tempo inteiro. Esses 25 dias foram maravilhosos em muitos sentidos, eu me diverti pacas e comecei a ser menos dura comigo, menos "olha só essa merda que você escreveu" e mais "ufa, você conseguiu, parabéns". Mas chega uma hora que cansa. E eu, sinceramente, já tô arrancando a calcinha pela cabeça. Que o sonho do BEDS fique só no sonho mesmo, assim como o BEDO, ou o BEDD. Quem sabe a gente não volta em Abril.

    te amo mutcho e bora bora que tá terminando (e a gente consegue) <3

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  4. Anna, tá tudo bem. Acho que todas nós do BEDA passamos por isso em algum momento dessas últimas semanas. Eu não largo agora porque bem, TÁ NO FIM. Eu vou terminar essa merda. Quero terminar só pra dizer que sim, eu fiz. Sim, eu consegui.

    Boa sorte nesses últimos dias. Estamos te esperando.

    Beijão!

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  5. Amiga, tem dias que não dá mesmo, mas se tem uma coisa que a gente aprendeu forçadamente com esse BEDA é que esses dias são mais raros do que pensávamos. Tem dias que a gente só acha que não dá porque tá com preguiça, porque tá resmungando ao invés de tentar, né? Acho que também vou fazer um post desses porque também preciso contar o que eu aprendi. Foi parecido com o que você aprendeu, mas né, fazer o que. E além do mais tava mesmo precisando de uma ideia de texto para amanhã, hehe, esse final tá complicado, estamos todos em crise.

    Te amo! <3

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  6. Ai Anna, mesmo quando é um dia que não dá, cê escreve esse monte de coisa entrelaçadinha, como não amar? Realmente, largar no fim é pior que no começo, mas como é uma corrente, fica menos complicado né? Mas calma que tá quase lá e tenho certeza que cê vai fechar com chave de ouro, mesmo em crise.

    Um beijo.

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  7. Me identifiquei a cada linha! Escrever é muito bom, mas não é facil. Eu sempre acabo de escrever e releio meus textos umas 15 vezes antes de mostrar pra alguem ou postar no blog! Quando eu vejo passou o dia e foi só o que eu fiz! haha Levo essas coisas muito a sério tambem! Fiquei feliz de participar do BEDA e espero conseguir acabá-lo, já que estamos nos 45 minutos do segundo tempo né? Mas confesso que estou um pouco desgastada! Tô precisando de uma semana de férias! haha
    Beijo!

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  8. Fácil é o que não está sendo esse BEDA: uma grande montanha russa de sentimentos. Mas até mesmo você fazendo o bom e velho texto falando que não deu tempo de escrever o texto eu amo, porque você é incrível hahahahahaha #talifã #taliamiga

    Ai, estamos juntas nessa cilada, e vamos finalizar essa cilada!!!!!

    Beijos, may the force be with you!

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